quarta-feira, 3 de agosto de 2011

De acordo com a pesquisa realizada pela Associação e-Learning Brasil em 2008 (apud SENAC, 2011), a modalidade de ensino a distância manteria um crescimento de 40% ao ano até 2010. Esse crescimento reflete a consolidação do setor que aos poucos tem agregado os descrentes em relação a esta modalidade de ensino no Brasil.
Essa pesquisa ainda apontou que em 2006, havia 2,3 milhões de alunos no ensino à distância (de vários graus e tipos de formação) credenciados pelo MEC, o que significa que 1 a cada 80 brasileiros participou de algum tipo de ensino à distância naquele ano.
De acordo com Waldomiro Loyolla (SEBRAE, 2011) esse crescimento ocorre, pois o ensino à distância ainda é uma tendência relativamente nova no Brasil, que democratiza o acesso ao ensino.
Assim, pode-se afirmar que o ensino a distância vem se fortalecendo como uma nova modalidade de aprendizagem. Tal modalidade requer, hoje, novos modos de construir o conhecimento, exigindo que o docente (orientador acadêmico) esteja em permanente atualização e se posicione como facilitador da construção do conhecimento, ou seja, é um ensino baseado na aprendizagem em que o aluno é o centro de uma interação que se faz entre professor, aluno e as informações. Nesta nova modalidade de ensino o professor não é mais o único detentor de conhecimento, mas este é construído coletivamente pelos alunos e professores/tutores.
Os discentes, por sua vez, também assumem uma nova postura. Estes alunos precisam ter iniciativa, serem autônomos e autodidatas. É necessário que eles saibam conduzir a agenda de estudos autonomamente, sem que haja necessidade de cobrança por professores. Além disto, estes alunos não têm mais função apenas de “acatar” os conhecimentos transmitidos, mas precisam “construir” conhecimentos, sendo também pesquisadores e questionadores críticos dos saberes disponíveis.

Texto citado:
SENAC. Educação a distância mantém crescimento de 40% ao ano. Disponível em: http://www.ead.sp.senac.br/newsletter/julho07/ead.asp?nome=mercado. Acesso em: 25 fev 2011.

6 comentários:

  1. Realmente passamos de forma ativa por uma fase rumo à consolidação da EaD. Como uma das modalidades de ensino possíveis (e sobretudo autorizadas pelo Ministério da Educação), ela atende a um público que outrora não possuía recursos necessários para frequentar um curso cujas instâncias de tempo e espaço pareciam não cooperar (o tempo reduzido para ir todo dia à faculdade ou a falta de transporte, por exemplo).

    Ao avaliar a EaD, o professor José Manuel Moran aponta os caminhos que os cursos semipresenciais de nível superior tomam na sociedade contemporânea e nos indica dados da procura por eles e as tecnologias relevantes. Para o professor aposentado da USP e Diretor de Centro de Educação a Distância (CEAD) da Anhanguera-Uniderp:

    "É muito difícil fazer uma avaliação abrangente e objetiva do ensino superior a distância no Brasil, pela rapidez com que ela se expande nestes últimos anos, porque a maior parte das pesquisas foca experiências isoladas e porque há um contínua inter-aprendizagem, as instituições aprendem com as outras e evoluem rapidamente nas suas propostas pedagógicas.

    O foco nos primeiros anos era a capacitação dos professores em serviço. Depois as licenciaturas, em geral. Agora os cursos que mais crescem são os de especialização, que encontram um aluno mais maduro, motivado e preparado. A maior parte das instituições utiliza o material impresso como mídia predominante (84%). A Internet vem crescendo, e ocupa o segundo lugar, com 63% de instituições que a utilizam em EAD.
    O auxílio mais oferecido como suporte aos alunos é o e-mail, com 87%; na seqüência vem o telefone, com 82%; depois destaca-se o auxílio do professor presencial; com 76%; e do professor on-line, com 66%. Alternativas como o fax chegam a 58%; cartas, a 50%; reuniões presenciais, a 45%; e reuniões virtuais, por último, com 44%.
    A maior parte das instituições começa sua atuação em EAD de forma isolada, e com alcance predominantemente regional. Mas há atualmente uma evolução forte para a formação de associações pontuais ou mais estáveis, como os consórcios. Há também uma mobilização grande das universidades públicas, que se unem pressionadas pelo governo federal para participar de projetos de formação de professores através da UAB – Universidade Aberta do Brasil e cursos na área de administração em convênio com empresas estatais inicialmente. Há um crescimento gigantesco dos cursos por satélite com tele-aulas ao vivo e tutoria presencial mais apoio da Internet. Uma parte das instituições só oferece os cursos pela WEB." Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/avaliacao.htm.

    Outro indicativos da evolução da EaD no Brasil podem ser encontrados em outros sites do professor Moran:

    http://moran10.blogspot.com/
    http://www.eca.usp.br/prof/moran/

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  2. Concerteza Noemi, o aluno que não tiver um perfil de autonomia, de aprender a buscar, a discutir e interagir não terá sucesso na modalidade EAD.

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  3. Olá Levi,
    como você e o Moran também vejo a EaD alcançando um público que antes estava excluído da educação superior.
    Obrigada pela conribuição e por compartilhar as palavras do Moran.

    Noemi

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  4. Concordo com você Noemi, a EAD está cada vez mais presente em todos os campos, níveis de ensino e ao longo da vida. Nessa modalidade de ensino o aluno precisa ser um mais evoluído e competente. É uma realidade que facilita o professor e o aluno com tecnologias variadas, móveis que viabilizam possibilidades fascinantes.

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  5. Olá Noemi!
    Realmente os alunos precisam aprender a "aprender" a distância. O autodidatismo na EAD é muitas vezes mal interpretado porque os alunos acham que estarão sozinhos no processo.
    Aí entra o papel extremamente relevante do tutor EAD que irá nortear os alunos e auxiliá-los em suas dificuldades.
    Na EAD a tecnologia é fundamental, mas a mediação pedagógica humana (de qualidade) jamais será substituída.

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  6. OLá Noemi,
    Aprender a aprender é as vezes muito difícil não é mesmo??!! Principalmente quando você já está mais do que acostumado com aquele "batidão".
    Concordo plenamente com a Leila no que diz respeito a mediação pedagógica humana, que quando de qualidade apresentam resultados muito positivos.

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